É a terceira vez que se faz frango desossado cá em casa. A primeira vez, foi inspiração após termos visto o filme Julie and Julia onde a Julie tem como objectivo fazer a última receita do livro "Mastering the Art of French Cooking" - Pato desossado recheado. O mais próximo de um pato que arranjámos, foi um belo frango caseiro, mimado e alimentado pela Anabela no seu tempo livre. O problema foi que o frango teve tanto carinho que depois de depenado, também trabalho nada fácil da Anabela, ficou a pesar três quilos (!!!) e com este aspeto:
Pronto para desossar |
Vou saltar por cima da explicação deste passo, que na minha opinião, não é assim tão difícil, segui uns quantos vídeos que me ensinaram e com determinação consegui um bom resultado:
A carcaça já está, a seguir foram as pernas e asas |
O Zé entrou ao serviço e começou a preparar o recheio enquanto o pai tentava encontrar e retirar os ossos do frango.
Na picadora picou e depois reservou, uma lata de uma mistura de frutos secos (nozes, pevides, cajus, avelãs) esta mistura também tinha uvas-passa que retirámos quase na totalidade, seja como for o importante é que os frutos secos são sem sal. Depois foram duas fatias de pão caseiro já com dois dias e por fim uma dúzia de malaguetas secas, foi tudo para uma tigela grande de vidro e mexido com um garfo.
Depois cortou cerca de cinco centímetros de chouriço em cubos pequeninos (meio centímetro) e fez cubinhos de tamanho e quantidade iguais, de bacon. Os cubos foram para a frigideira, em lume brando e o Zé deixou que as gorduras derretessem um pouco, depois o pai deitou lá para dentro meio copo de vinho branco que deixámos evaporar enquanto mexíamos.
Entretanto, os ossos que estavam a cozer foram escrutinados e retirei o máximo que pude de carne que ainda por lá andava, juntando à frigideira (nesta altura, era para juntar os miúdos do frango cortados, mas esqueci-me, e assim sobraram para um outro pitéu). Deixámos as carnes fritar um bocado e juntámos os frutos e pão ralados. Fomos deitando caldo e mexendo, até obter uma pasta firme.
Entretanto o Zé preparou um tacho pequeno, onde ferveu por um minuto um saco de espinafres (daqueles já lavados) e que depois foram escorridos com a ajuda do chinês.
Com o frango desossado e aberto em borboleta em cima da tábua, temperámos com sal e pimenta e cobrimos com os espinafres. Devo dizer que graças ao tamanho gigantesco do frango, os peitos eram enormes e pareceu-me que o forno ia ter dificuldade em cozinhar aquilo, Então usei um truque que vi fazer antes, cortei uns bifes dos peitos e distribui-os pelas costas do frango que pouco mais tinham do que pele, assim, ficámos com os peitos mais finos e a distribuição da carne ficou melhor.
A primeira camada, após o sal e a pimenta. |
Seguiu-se a parte mais difícil de executar deste jantar - o fechar e atar do frango recheado.
Foi, o que se pode dizer, uma guerra! o animal era realmente grande, o que dificultou a tarefa, mas com a preciosa ajuda do Zé, conseguimos!
Pronto para o forno. |
A cada quinze minutos, ia lá ver e cobria a pele com os fluídos que iam saindo. À meia-hora de forno, virei o bicho.
Já na mesa! |
Enquanto o forno fazia o seu trabalho, chamámos o João para ser ele outra vez o autor do puré de batata e para descansarmos um bocado. Com quase tudo pronto, a Anabela fez uma maravilhosa salada de alface, cheia de ervas e sabor que ficou mesmo a matar.
... no prato. |
Mais um para recordar!
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