sábado, 8 de novembro de 2014

Sopa da Pedra

8 de Novembro

Este foi o sábado da Sopa de Pedra.
Como habitualmente, eu e o Zé fomos comprar os ingredientes para o jantar e ainda bem que usualmente vamos de bicicleta, porque desta vez foi preciso encontrar quatro pedras!
No talho, comprámos do porco, duas orelhas, meia-dúzia de rabos, meio-quilo de entremeada e outro meio-quilo de entrecosto sem osso; da vaca foi mais meio-quilo de carne para guisar, para completar as carnes, comprámos um chouriço de carne, um de sangue e uma farinheira.

Ainda no mercado municipal, comprámos uma couve-lombarda e um precioso ramo de coentros frescos (experimentem os o mercado, por comparação com  os dos hipermercados).
Depois, fomos ao pão, de trigo e de milho. Como sempre comprámos o de Anteporta, que se não é o melhor pão caseiro de sempre, anda lá perto. A seguir foi a saga das pedras, que segundo a tradição devem ser seixos, que não são propriamente fáceis de encontrar num planalto a oitenta quilómetros da costa, mas conseguimos.

Usámos um quilo de feijão encarnado, de lata (embora ficasse melhor demolhar feijão seco e cozer com os enchidos, o de lata é muito mais prático), mais ou menos um quilo e meio de batatas, duas cenouras médias e seis ou sete folhas da couve.

Para a preparação usei, como sempre, uma média das receitas que estudei - já agora fica a informação, há uma receita "oficial" da Sopa de Pedra.

Agora a preparação. Numa panela de pressão grande, comecei por cozer a carne de vaca, com um pouco de sal, dois dentes de alho, duas folhas de louro e uma cebola pequena. Quinze minutos a ferver e chegou a hora de juntar o porco. Há um truque fácil para abrir a panela de pressão sem ter que estar muito tempo à espera. Põe-se um pano de cozinha molhado no fundo do lava-louças e abre-se a torneira para cima da panela, segundos depois verifica-se se o vapor ainda tem pressão, mexendo um pouco o pino de segurança e se não sair vapor, pode-se abrir. Se sair, continuar a deitar água. - basta que a temperatura baixe dos 100º que o vapor passa a líquido, certo?

Ao juntar as partes do porco, e já agora as da vaca, convém que os bocados sejam mais ou menos do mesmo tamanho, para que cozam por igual e adicionar mais uma pitada de sal. Fechar a panela e levar ao lume de novo, mais 15/20 minutos a ferver.

Abrir de novo a panela, rectificar a quantidade de água (se for preciso juntar água, use sempre água a ferver) e juntar o chouriço de carne e o de sangue e levar ao lume de novo, por mais 10 minutos.
A farinheira foi cozida num tacho à parte, só com água.

Enquanto as carnes cozem, cortam-se as cenouras e as batatas em cubos pequenos e preparam-se as folhas da couve, tirando o talo e cortando em pedaços.

Com as carnes praticamente cozidas, reservam-se para dentro de uma tigela e começa-se a fazer a sopa propriamente dita, mas deixando os chouriços mais um bocado, para que fiquem bem cozidos e passem o seu sabor para os legumes, retiram-se quando estiverem mais cozidos. Primeiro entra a cenoura e a couve, passados 10 minutos a ferver, vão as batatas. Eu cortei 6 cm de talos aos coentros, piquei-os bem e juntei na mesma altura das batatas. Quando estas estiverem quase cozidas, mete-se o feijão e as carnes cortadas em bocadinhos pequenos. Mexe-se bem, mas devagar para não desfazer os ingredientes mais sensíveis, e prova-se. Se precisar de sal, agora é a altura de o fazer. Eu meti uma colherzinha de piri-piri, porque por cá é indispensável. Assim que levantar fervura de novo, está pronta.

As pedras foram lavadas com detergente até à exaustão e depois disso, estiveram em água a ferver durante uma hora!

O prato com a pedra à espera da sopa

Nem usámos uma terrina, a panela foi à mesa.

Não esquecer de colocar uma boa quantidade de coentros picados, depois de encher o prato.

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